Windows XP, Painel de Controles e o tempo


​Eram áureos os tempos onde eu dedicava horas a fio configurando o computador em suas infinitas “virtudes” como máquina de estudo, entretenimento, pornografia, rede, internet e tudo o mais.

Configurar a impressora para funcionar em rede era algo épico e deliciosamente trabalhoso.

O auge foi com o Windows XP, quando o Windows finalmente ficou bonito. Tudo era novidade, então navegar por aqueles menus e telas de contexto dava um prazer quase orgástico. A instalação do dito cujo levava umas boas 2 horas (dependendo da máquina) e a prática já me fazia configurar o sistema com alguma rapidez nos clientes (que eram a família e amigos que me pagavam o preço tabelado de R$50, à época era um bom dinheiro) – mas na minha máquina nunca havia configuração final, sempre mexia em algo nas configurações do sistema.

O tempo foi passando, o Windows foi ficando cada vez mais bonito e minha agenda cada vez mais apertada – mas os R$50 continuam sendo bem vindos, afinal vinho não cai do céu, Baco não é tão gentil.

As máquinas sob minha supervisão todas estão agora com Windows 10 e não precisei instalá-lo em nenhuma delas, todos migraram do Windows 7 para o 10 durante a noite.

Quando a migração ocorreu, fiz algumas configurações básicas nos computadores dos meus pais; na minha máquina mexi um pouquinho mais, mas não havia novidade, em parte porque eu já usava a versão de testes e em parte porque hoje tenho conhecimento técnico que me permitira escrever um RTOS – o tempo literalmente passou, ao menos eu estudei um pouco nesse ínterim – e parte da graça/mistério se foi.

Conforme o tempo passa, as coisas perdem o brilho da novidade e nós ficamos com medo de escadas.

Dai eu precisei trocar de máquina, meu laptop está com quase 10 anos nas costas e as cirurgias (SSD e mais RAM) quase não surtem mais efeito.

Abri a caixa do PC novo, loguei com minha conta Microsoft e não precisei fazer quase nenhuma configuração, tudo foi sincronizado com as informações da máquina antiga 🙂

Essa bruxaria que me economizou preciosos grãos de tempo era promessa no distante 2001, ano do Windows XP; mas se existisse naquela época mataria umas das minhas primeiras fontes de renda e o passatempo da criança que eu era.

P.S.: Eu me lembro como se fosse hoje a histeria de quando a Microsoft lançou o Service Pack 3!! Eram tempos simples.

P.S.2: Configurar a impressora na máquina Linux para funcionar em rede era algo épico e terrivelmente trabalhoso. Disso não tenho a menor saudade.

P.S..3: Ainda hoje R$50 são um bom dinheiro.

Que em 2018 possamos viver e sentir a ilusão que os tempos voltarão a ser simples. Boas festas!

(The best) Glass of wine


A friend was leaving Dresden, her exchange was over. I opened a bottle of wine to salute this moment. Hence we didn’t drink the entire bottle, I put it in the fridge.

Others friends would leave Dresden, we would celebrate it too. And indeed we did, but nothing was like used to be. The city changed completely, I lost my friends, the extremely cold winter was in the corner, I was lost. I could write a complete saga about how much the city changed for the winter (and how it affected me), but not now, this is about my friends not about the sweet city of Dresden.

A few time has gone since their departure and I open my fridge.

I forgot the bottle of red wine. One night I desired to drink it. It was the best wine of my life. Not only by the drink itself (a very good Spanish), but the memories it turned into me. A flood of feelings and so. Somehow I knew I let memories in Russia, in Portugal, in many Brazilian states, in Japan, in Chile, in Germany. This feeling, of being remembered in various and different places, is nice, is a victory of life. Ok, it may sound like a self-help book, but people who have friends, in the strictest sense of the word, may know what I’m talking about.

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Many calendar’s pages have been changed since last time I touched this text, now I’m in Brazil, my homeland and I really don’t know what to add more here, maybe I don’t want to add.

This might work as an obelisk. Not supposed to do anything, just stay and stand here; one simple object to remember those times of summer, happiness and wine.

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The wine was a Murviedro Tinto Reserva. For me the Iberian wines are the best. The variants of the grapes there is better and more intense than any other. I could drink talk about the marvels from Rioja and Douro Valley (oh Tempranillo/Tinta Roriz), but not now, this is about my friends not about the sweet wine from Europe.

Vinho