Berlim tem seu urso. Roma tem sua sigla. O Rio de Janeiro tem sua esfera e flechas.
Berlim tem o Reichstag. Roma o Coliseu. O Rio de Janeiro tem o Redentor.
O fofo ursinho berlinense é reconhecível por qualquer um em qualquer lugar; e o símbolo está espalhado pelas ruas da cidade.
As letras SPQR estão nos bueiros, nos papéis oficiais, nos augustos estandartes das Legiões de Roma.
A esfera armilar transpassada pelas setas de São Sebastião também está em todo cantão da Cidade Maravilhosa – mas não é reconhecida pelos cariocas. Infelizmente não sabem a função de uma esfera armilar nem o uso de sua imagem pelos impérios de Brasil e Portugal; infelizmente os neopentecostais dão chilique e inviabilizam o debate nada religioso sobre nosso brasão.
O Cristo Redentor deu mais sorte que São Sebastião (rá!) e não foi obliterado, ao contrário sua imagem transcendeu a religião católica e pertence a cidade. Pertence tanto que uma das cenas mais belas já registradas nessas terras tropicais nas últimas décadas envolveu o Redentor e a Portela, que em seu carro abre-alas fez um fusão entre a águia-símbolo da escola com a estátua do Cristo. Uma coisa linda! E espero que esse símbolo tão simples e tão forte possa ser de toda a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Eu não preciso pôr uma foto da águia redentora, né?