Pastel x Roteador


Cristãos crêem que a Palavra de Deus cria, orienta e sustenta. O resto cabe a Ciência.

Acredito que o ‘debate’ entre ciência e religião (qualquer uma) valha menos que uma comparação entre um pastel de queijo e um roteador. Afinal nem pastel, nem roteador, nem ciência, nem religião têm algo em comum entre si.

As pessoas têm uma forma peculiar e errada de entender a Bíblia – em absoluto quero dizer que tudo entendo, fique claro -, nesse post foquemos em Gênesis, onde é narrada a criação segundo Deus. Hoje em dia qualquer bêbado sabe com propriedade as sofisticadas teorias físicas sobre o Big Bang. Em maior ou menor grau, todos compreendemos a origem do universo. Porque o Big Bang foi real, mensurável. Então por que raios está na Bíblia que Deus criou o mundo em 7 dias quando sabemos, todos nós, da Grande Explosão?

Simples, quando o livro foi escrito, o autor tinha uma mensagem e não sabia do Big Bang. Como ele tinha que passar a mensagem em diante, escolheu uma forma poética! Qual é essa mensagem? Deus é criador, seja do Big Bang, Teoria das Cordas ou qualquer outra coisa que a Ciência proponha.

A Bíblia não é um tratado científico, não se pode usá-la para explicar a teoria da criação do universo ou chuvas torrenciais que afundam terras (o dilúvio tem a mensagem de renovação e purificação, não foi escrito por um oceanógrafo). Surge uma palavra que permeia todo ‘debate’: simbolismo. Cientistas desperdiçam recursos querendo provar algo que nem mesmo o papa se preocupa.

Certa vez escutei o padre falar na homilia que somente as pessoas mais simples e as mais inteligentes crêem em Deus, as do meio não eram crentes. As mais simples por terem fé e consciência que não sabem dessas coisas, vivem suas vidas com humildade. As mais inteligêntes por terem fé e consciência que não sabem dessas coisas, vivem suas vidas com humildade. As do meio estão perdidas em seu orgulho e crenças falsas de que tudo sabem ou podem vir a saber.

Surge outro tópico muito importante, que é o trabalho dos teólogos e doutores da Igreja: descobrir aquilo que deve ter interpretação literal ou não. Fatos como criacionismo não são literais (mas o simbolismo sim), fatos como ressurreição e assunção são Dogmas de Fé. Observe que nem mesmo nesse ponto nevrálgico o tal ‘debate’ tem razão em ser.

Mas é rentável fazer jornais com manchetes garrafais sobre o mais novo embate entre Ciência e Religião; vi um jornal dedicar duas páginas sobre isso quando a NASA lançou um telescópio, um telescópio! Estas buscam coisas verticalmente diferentes, diria até que uma complementa a outra. O rigor de uma termina para o outro começar. Alguém sabe o que tinha antes do Big Bang? Pois é. Alguém sabe por qual sorte existe tão rara espécie de vida? Pois é. Entre vários outros exemplos que poderíamos ter cá, vemos que a mais magnânima técnica estuda as consequências da Divina Providência. Agradeço a Deus por ter tado fonte de renda a nós, técnicos.

Crer em Deus não é negar a Ciência, pelo contrário, é saber reconhecer que toda Sabedoria vem do Alto.